sábado, 28 de fevereiro de 2015

(Foto: Reprodução/Facebook)
Arthur Brandão, um dos gêmeos siamesesque foram separados em Goiânia, morreu na noite de sexta-feira (27) no Hospital Materno Infantil (HMI). 

Na última terça-feira (24),  ele e o irmão Heitor Brandão, de 5 anos, passaram por mais de 14 horas de cirurgia, que envolveu 51 profissionais. Os meninos nasceram colados pelo abdome, tórax e bacia e compartilhavam o fígado e a genitália. 

Eles também nasceram com três pernas, sendo uma delas malformada. Com a separação, ficaram com uma perna cada e a terceira foi aproveitada para a recomposição de outras áreas dos corpos.

O pai Delson Brandão compartilhou neste sábado (28) em seu Facebook uma homenagem ao filho morto.  No texto, ele afirma que esse é um dos momentos mais dolorosos de sua vida. 

"Eu só queria dizer a você filho amado, muito obrigado. você cumpriu sua missão aqui na Terra . (..) Tuka! Painho irá carregar você dentro de mim como sempre vinha carregando. Painho só tem que agradecer por tudo que fez em minha vida. Te amo como sempre te amei. Te amo do tantão do universo dos planetas de Deus", escreveu Brandrão.

Separação
A cirurgia, que ocorreu na terça-feira, começou às 10h30. Na ocasião, Heitor saiu do centro cirúrgico à 1h20 e Arthur, à 1h50 de quarta-feira (25). Da sala, eles foram encaminhados para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceram internados.

Embora tenha durado mais de quatro horas acima da previsão inicial, que era de dez horas de cirurgia, de acordo com o diretor técnico do HMI, Gustavo Meneguelli, a operação ocorreu conforme o planejado e sem nenhuma complicação.

Segundo o boletim médico, divulgado um dia depois o estado de saúde dos irmãos era grave e eles respiravam com a ajuda de aparelhos.

Liderada pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil, a complexa cirurgia mobilizou cirurgiões pediátricos, anestesistas, ortopedistas, médicos intensivistas, cirurgiões plásticos, cirurgiões vasculares, pediatras, biomédicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nefrologista, cardiologista, entre outros. Após concluir os procedimentos cirúrgicos, Calil disse que os próximos dias seriam cruciais para a chamada "etapa clínica".

Preparação

Com cinco anos de duração, foi uma das mais longas preparações para esse tipo de procedimento, no qual a unidade é referência. A família dos meninos se mudou de Riacho do Santana, no interior da Bahia, para Goiás desde que descobriu, ainda na gestação, que se tratava de gêmeos siameses. Os meninos vivem em Goiânia desde o parto no HMI, em abril de 2009. Durante esse período, passaram por oito cirurgias para colocação de expansores de pele.

Referência em casos de média e alta complexidade, a equipe médica já acompanhou 28 casos de siameses e fez 12 cirurgias de separação. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o hospital é o único do SUS apto para realizar a separação de siameses.

0 comentários: